terça-feira, 13 de maio de 2008

Maio de Mãe


Mãe é como se fosse um país onde a gente se guarda pra crescer. Nos mostra a primeira estrela, o primeiro luar. Quando você cresce te fala dos seus sonhos de menina só pra desmistificar a santa; pra se aproximar. Te deixa ir quando chega a hora e te recebe de volta, toda vez. Te ensina musiquinhas de perder medo, a cor da rosa e o calor do sol. Te faz poeta antes mesmo de te ensinar a falar. Segura na tua mão quando tropeças mas também te dá as costas quando é tempo de levantar sozinho (mas de alguma maneira misteriosa, mesmo aí, não te perde de vista, porque nunca se sabe o tamanho da queda...). É delas a mão mais suave e o cheiro mais gostoso que a gente consegue lembrar. E para elas coloco aqui um trecho do Dindinha (porque mãe não é só gerar, é ‘maternar’) da Elisa Lucinda: “Com ela desfrutei de bonanças, compreendi e aceitei temporais. Com ela dei musica à minha voz, fôlego aos meus princípios, inícios aos meus finais. Pois, de joelhos estou por ela, voando estou com ela, grata que sou a ela...”


Márcia Leite

Imagem: Salvador Dali

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