terça-feira, 21 de outubro de 2008


Gostaria de acreditar, como Clarice, que ‘dou para o mal’.
Seria muito mais leve carregar culpas e devoções mal exercidas.
As velas arderiam por mais tempo à cabeceira
As lágrimas da parafina seriam bem-vindas queimando os dedos.
Aceitaria com resignação as mentiras de hoje
- penitência a cumprir
Uma visão mística seria bem-vinda clareando a madrugada.
Terços e terços se revezariam na minha garganta até o deserto esperado, onde talvez encontrasse um oásis dentro da falsidade das noites.
Se eu acreditasse...
Márcia Leite

3 comentários:

Anônimo disse...

Visito o teu blog agora, pela primeira vez, e estou maravilhado com o teu olhar e teus textos.

Beijos

Anônimo disse...

Oi Márcia,

Belos textos. Achei interessante a história da origem da teimosa Lian (risos). Houve uma época em que escrevia contos com certa freqüência e de vez em quando um "baixava" em mim. Daí, durante algum tempo chegava até a me expressar (sobretudo ao escrever) como se fosse um deles. Personagens às vezes surgem em nós com uma força muito grande. O F Pessoa que o diga. Um grande abc, Ricardo Alfaya.

Unknown disse...

Sem dúvida, a "vocação para o mal" tira muito da nossa culpa....rs. A renúncia é sempre mais dolorosa do que a punição. Adorei! Um olhar bem feminino sobre o mundo.