sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Lilith

sou aquela que carrega a chama
que controla o fogo que recende à mirra
sendo a outra que nega a água que refresca a alma

sou a que vem por minutos
talvez segundos (dependendo da meta)
e parte (sem remorsos)

sou o mental alerta que conduz o corpo
por curvas e retas alimento os fracos
que (como eu) não têm destino
se arriscam às bordas da vida
malabaristas da morte - fios lâminas subterrâneos
verto lágrimas das palavras
finjo a dor mordo as mágoas
e sigo [só].

Márcia Leite

Um comentário:

Carmen Regina Dias disse...

É impressionante como me debruço sobre o teu poema como se fôssemos velhos amigos, íntimos e leais,
amorosos e castos.
Claro que não sei o que dizer, - como poderia dizer alguma coisa?
Nem precisaria dizer nada, mas minha alma quer porque quer, então eu digo
do meu jeito, mas com alma: demás, Marcia...