quarta-feira, 10 de junho de 2009

O pintor


pinta dores livres de sombras

(o mar por trás da sombra, a luz por trás do mar)

desfechos e começos (a cor, o ar )

- e a lua ilumina seus dedos

cinzela seu nome nos meus cantos

descansa seus passos nos meus vãos

desenha meu nome no seu beijo

(pedras veias véus ponteiros camelos sonetos )

mostra Frida e seu homem na testa

(eu olho e penso: é o que me resta)

outras Fridas (muitas mais)

um menino (Curupira, que engana quando anda)

e parte

- caminhando nossas outras vidas

(o trânsito para e a rosa foge)

chego

- pontes túneis sol água desapego

deito

abro o livro

me encanto

(aceito o feitiço:tatuar suas mãos

- sem traços -no meu corpo)

sorrio (colho um hibisco)

coloco uma nova rosa no jarro

e durmo.


Márcia Leite, Versos Descarados

2 comentários:

Sayonara Salvioli disse...

Lindo poema!
Adoro suas impressões, expressões e formas poéticas!...
Saudações artísticas :)

Sayonara Salvioli disse...

Márcia querida,

Preciosas as informações que me passou sobre a simbologia do 64!!! Fiquei arrepiada com as interposições que, com perfeição, contextualizou no meu sonho!!! Em retribuição te convido para a corte do "poder equilibrado" (tal como o definiu) X 10!!!!!... rs rs

Conte depois sobre a sua experiência de 1992... é claro, quando o seu desejo fluir naturalmente... e quiser compartilhar a sua magia pessoal conosco! Falando em magia, estou ansiosa por conhecer o universo encantado de Luar Lian!!!...

Beijos da amiga :)