vesti a pele da noite
e sem que soubesses
era eu a lua na janela
que te inspirava
palavras de amor às outras
que resgatava tua alma
entorpecida na borda dos lagos
congelados nos copos
da solidão dos desencontros
do desespero dos poemas brancos
lua das vontades esparramadas
sobre o vazio das ruas
acariciando teus passos
tua tristeza infinita
teus olhos de abandono
hoje, quando não ousamos mais segredos
- nem içamos velas de sonhos
posso te dizer:
era eu
aquela lua de outono.
Márcia Leite
Márcia Leite
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