é inútil o esbravejar
contra um todo que há
e que não conseguimos viver
não por falta de desejo
por ausência de consenso
sem aproximação permitida
este todo que blasé se exibe à janela
arredio escapa às mãos sedentas
na incompletude disseca-nos as veias
e a poesia se recolhe
dorme, exaurida, na palavra que morre
dorme, exaurida, na palavra que morre
Márcia Leite, para O voo como saída
Imagem: Henri Matisse, The blue window
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