quarta-feira, 8 de julho de 2009

Eutanásia



Nada é dito no momento da partida
olhos refletem o tamanho do medo
os últimos mudos momentos
sabem à pedra de sal em boca seca
implora-se por um eclipse lunar
- deve ser sempre negra a lua não desejada
o cristalino corrompe o olhar futuro
as cores do céu seguinte já não farão diferença
as mãos se escondem por trás da saia
tateando o último fio de lucidez
que decretará o fim do que morre aos poucos
poemas rastejam no que restou de respiração
gotas d´água queimam as retinas
o peito guarda a palavra oculta
e o corpo oscila como pêndulo em mãos inexperientes
a porta é aberta e pode-se ver
que a vida parte deixando um pedaço
na cara do silencio que ficou para trás.
Márcia L in Versos Descarados

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