segunda-feira, 9 de julho de 2012

poema líquido




nas primeiras horas desse dia novo
quando a lua  ainda brilha no intervalo
entre a noite que já não se vê e o cinza claro
meus olhos líquidos de luz oferecida
tomam da aurora os róseos tons alaranjados 

o coração – outrora destemido bandeirante
de galáxias inteiras e buracos brancos
translúcidos de paz e de vontade de viver
desiste do que no ontem foi fadado
e apaga o arco-íris e você. 

Márcia Leite, em  Lua atravessada

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